domingo, 13 de dezembro de 2015

du bist ein Männ

estou óptimo.

"a faculdade vai optimamente, tenho óptimos amigos, estou com uma pessoa óptima, tenho óptimas perspectivas para o futuro, tenho uma família óptima, uma casa óptima... é tudo óptimo", repito a mim mesmo, todos os dias. 
se vai tudo óptimo porque é que há alturas que eu não me sinto assim tão óptimo? e porque é que essas alturas são (quase) uma constante? há alturas melhores e piores na vida de uma pessoa, isso é certo... mas as alturas piores deixam-me tão volátil, tão deprimido, e são tão preponderantes na minha vida. e eu, como o pessimista interior que sou, tendo sempre para escrever textos sobre aquilo que eu sinto e hiperbolizá-lo de maneira a achar que sinto mais do que aquilo que realmente sinto. ou não?
será que eu sinto alguma coisa? às vezes acho mesmo que não. mas depois lembro-me daqueles pequenos prazeres da vida: acordar ao lado de alguém de que gostas, receber boas notícias, ver as estrelas no céu, ouvir chuva à lareira (...) e recordo-me do que sinto nessas alturas. 

esperança.

não de que a minha inner persona se vai finalmente entender (pelo menos não imediatamente) com a minha outer persona, porque essas têm uma discussão desde que me lembro e acho que pensar nesse assunto é contra-producente, mas de que as coisas algum dia se vão resolver. sei lá. que eu algum dia me vou resolver. 
acho que é esperar para ver. até lá... 

o que interessa é ter esperança.

domingo, 5 de julho de 2015

1

Sinto-me sozinho.

Não aquele sozinho de não ter amigos ou pessoas lá para mim. Isso tenho a montes e não os quero desvalorizar. Sinto-me sozinho quando estou comigo mesmo. Falta alguém aqui. É como se, simultaneamente, existisse apenas parte de mim, e a outra parte notasse essa ausência. Como se a minha parte corpórea aqui estivesse mas a espiritual se encontrasse dividida, repartida, por quem lhe arrancou pedaços de si. Não passo de um mecanismo cujas acções são repetitivas e padronizadas.
E o que assusta mais é já não me lembrar de ser de outra maneira.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

o futuro

Mal posso esperar por sair daqui.
E, no entanto, quero ficar. As correntes que me prendem estão a consumir-se pela ferrugem e eu, esperando o seu desaparecimento há anos, questiono o que farei quando elas quebrarem.
Tenho medo. E admitir isto custa-me e consome-me e enlouquece-me.

O futuro assusta-me. E apesar de ter de lutar por ele, porque o quero e porque o espero... Quase que sinto como se o medo que se apodera lentamente de mim me impede de me impelir na sua direcção.